(título da coluna original da Folha da Tarde - 1985)

25 fevereiro 2010

                                                  
                          Injusto preconceito

                         A revista Brasileiros, em sua edição de fevereiro, já está nas bancas. Como tem sido o padrão nos últimos dois anos e meio de circulação, a revista se esmera não só no aspecto editorial como também, e sobretudo, no gráfico-visual, muito atraente.
                      E no meio de bons artigos e entrevistas, traz, este mês, uma conversa curta e grossa com um dos grandes - e mais injustiçados -  escritores brasileiros, João Silvério Trevisan.
                     De fato, autor de onze livros, entre eles, o premiadíssimo romance Ana em Veneza, João é, de forma habitual, pouco divulgado, e muito menos analisado, na chamada imprensa cultural - críticos nela incluídos.
                   Ao contrário de colegas que se dizem indiferentes com a esnobada, João primeiro reconhece o silêncio ao redor de sua obra, depois diz não ter a menor idéia do porquê de tal postura, e por fim desabafa:
                   ¨...Todo escritor quer estabelecer um diálogo com o seu tempo e, supostamente, essa interlocução deve acontecer com os representantes mais significativos da área literária, que são os críticos. Não tenho muita sorte com eles...¨
                   Logo contudo abre mais o jogo e diz, em relação a alguns de seus livros, que o tal silêncio tem a ver com sua militante homossexualidade.
                    As sóbrias e finas reflexões de Trevisan sobre criação literária e traços de personalidade (ou preferências sexuais) valem uma leitura completa da entrevista.                
                  
                                                                  

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