Mulheres jornalistas
Embora o fato não tenha nunca recebido a devida e merecida atenção, entre outras razões, talvez, por bobos preconceitos machistas, nos últimos sessenta anos tem sido enorme a contribuição das mulheres na evolução do jornalismo brasileiro - repórteres, editoras, colunistas, sobretudo em São Paulo.
Mas até agora não havia um quadro geral, com testemunhos autênticos, com histórias e causos, dessa importante participação feminina nas redações.
Sempre interessada no tema, ao longo de uma profícua carreira, a jornalista paulistana Regina Helena de Paiva Ramos, ela própria uma dessas pioneiras, levou oito anos entrevistando e escrevendo o livro Mulheres jornalistas - A grande invasão (Faculdade Cásper Líbero/Imprensa Oficial, São Paulo, 357 páginas).
São trinta as jornalistas entrevistadas, mais antigas ou mais novas, muitas já aposentadas, contando, com maior ou menor intensidade, suas experiências, boas e más, em redações comandadas por colegas homens.
Sobre essa luta braba e constante, diz Regina: ¨...tanta coragem, tanta competência, tanta fibra nessas mulheres todas! Umas mais louquinhas que as outras, mas todas tirando o pão de cada dia para se sustentar e aos filhos...¨
Um aspecto curioso deste livro é que, no desfilar dos depoimentos, aparecem, sempre mencionados com respeito e carinho, três mestres do oficio: Hideo Onaga, Claudio Abramo e Herminio Sacchetta.
Homens de enorme talento, donos de temperamentos explosivos, competentes fazedores de jornal, décadas de 40, 50 e 60.
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