(título da coluna original da Folha da Tarde - 1985)

06 novembro 2011

                                              Do fundo da noite

                  De novo, moradores da rua do Gasômetro e imediações acordam no meio da madrugada algo inquietos.
                  Ouvem ao longe, numa voz melancólica, o canto napolitano do Nino Nina, que durante anos encantou com sua arte os fiéis comensais das cantinas do Brás - destaque para a gloriosa Balila.
                  Saudoso dos velhos tempos, o Nina, esgueirando-se pelas esquinas, volta agora ao pedaço, smoking puído, andar trôpego.
                   Às vezes, até se faz acompanhar pela Gildinha, a menininha do Pari desencarnada, pobrecita, aos sete anos, por uma pneumonia galopante, e enterrada, toda de branco, num caixão amarelinho.

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