(título da coluna original da Folha da Tarde - 1985)

13 dezembro 2009

                   Literatura mexicana

                   A lamentar a indiferença das editoras brasileiras com a literatura mexicana, sobretudo com a geração dos ´70, que veio depois dos grandes nomes - Octavio Paz, Carlos Fuentes, Juan Rulfo, José Arreola. Um bom exemplo dessa indiferença (ou desconhecimento puro e simples) é o caso do poeta, romancista e jornalista cultural José Emilio Pacheco,  que há duas semanas, ao completar 70 anos e 50 no oficio da escrita, ganhou o prêmio de maior prestígio da língua espanhola, o Cervantes. Tímido e cauteloso no trato com a imprensa, Pacheco, um estilista refinado, não é chegado a badalações nem estrelismos, levando uma vida meio reclusa, de muita leitura e reflexão, ao lado da mulher, a também jornalista e escritora Cristina Pacheco. Como ele mora na mesma casa há muitos anos, na Cidade do México, no bairro Condesa, região de bons cafés e restaurantes, pode ser visto às vezes almoçando com velhos amigos por ali, mas sempre de forma discreta. A obra poética de Pacheco, sempre muito elogiada pelo mestre maior, Octavio Paz, merece a atenção das editoras brasileiras.

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