(título da coluna original da Folha da Tarde - 1985)

02 março 2010

                                                    Não dá mais!

                         Joselin, aquele senhor de ¨certa idade¨, não aguenta mais pela frente os frenéticos adoradores do celular. Em todo lado - bancos, supermercados, ônibus e metrô, reuniões sociais - eles gritam sua vida particular, falam bobagens inacreditáveis, contam causos, dão conselhos espirituais, enfim,  incomodam e chateiam quem quer, e precisa, de um mínimo de silêncio.
                       Alguns até sobem no ônibus berrando ao celular, passam pela roleta grudados no aparelhinho e se acomodam mais no fundo, presos na maquininha. E dá-lhe abobrinhas!
                     Tudo bem, é uma forma moderna e prática de comunicação, propicia mais segurança às pessoas, mas uma coisa seus usuários ainda não sacaram: a solidão humana, a individual sobretudo, não tem remédio, celulares só resolvem em curtos períodos.
                  Ou talvez até já tenham sacado e por isso mesmo recorrem, de forma intuitiva,  à veloz e atordoante tecnologia atual  Vai que eles estão certos, Joselin...

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