(título da coluna original da Folha da Tarde - 1985)

12 março 2011

                                                Tradução e coragem

                        Divergências entre a renomada tradutora Denise Bottmann e uma editora de prestigio, a Cosac Naif, reveladas hoje no suplemento Sabático do Estadão, merecem uma séria reflexão entre os profissionais do complexo oficio tradutório e os que elaboram certos critérios editoriais da indústria.
                       Numa atitude no minimo corajosa, Denise se desvincula da responsabilildade da tradução do livro Como funciona a ficção, do crítico inglês James Woods, por discordar da edição final da obra, segundo ela cheia de imprecisões nas citações do autor, reproduzidas de outras traduções.
                      A editora responde dizendo que ¨são questões pontuais e que a tradutora aprovou a edição final¨, coisa por ela negada, argumentando que ¨nenhuma precisão é excessiva...¨
                     Fica no ar, assim, uma questão mal resolvida, pois o conflito é bem mais complicado, em suas diversas facetas.
                      De todo modo, é louvável a atitude aberta de Denise, numa comunidade tímida, a dos tradutores, que além de mal pagos e sujeitos a prazos exíguos, ainda temem perder trabalho por causa de reclamações.

Um comentário:

denise bottmann disse...

olá, wladir, agradeço.
sobre essa edição brasileira, expus minhas objeções em http://desengripando-a-ficcao.blogspot.com/2011/03/como-engripa-ficcao.html

um abraço
denise